sexta-feira, 8 de julho de 2011

Carros à lenha

O carro à lenha foi a alternativa encontrada para o severo racionamento de combustíveis sofrido durante a Segunda Guerra Mundial. Nesta época, boa parte dos veículos da Europa continental foram convertidos para usar lenha.
Desde então, a tecnologia foi quase totalmente esquecida mas, atualmente, com a elevação dos preços dos combustíveis e o aquecimento global, mais uma vez, os carros à lenha despertam o interesse.

Surpreendentemente, os veículos adaptados para queimar madeira podem ser considerados eficientes e, até mesmo, ecológicos tornando-se uma opção aos motores à gasolina.
O uso do gás produzido pela queima da madeira já era conhecido desde os anos 1870 mas, foi durante os anos 1920, que o engenheiro alemão Georges Imbert desenvolveu um gerador de gás para uso móvel. O apelo mais sedutor da tecnologia era que, para utilizar o gás produzido pela queima da madeira, os motores dos veículos necessitavam de pouquíssima adaptação.
Durante a Segunda Guerra, grande parte da frota européia circulava com esse tipo de combustível e aproximadamente 3000 postos estavam preparados para abastecer os carros à lenha. Além dos carros particulares, ônibus, caminhões, tratores, motocicletas, navios e trens também estavam equipados com unidades de gaseificação de madeira. Naquela época, mais de um milhão de veículos utilizavam gás de madeira.
Depois da guerra, a tecnologia caiu no esquecimento quase instantaneamente pois a gasolina estava disponível novamente.
Nos dias atuais, alguns entusiastas dos carros à lenha têm mantido projetos particulares, alguns deles, alcançando resultados comparáveis aos dos carros elétrico, em alguns quesitos.
O consumo de energia de um carro que utiliza o gás da queima da madeira é uma vez e meia maior que o de um carro a gasolina, levando-se em conta o consumo do pré-aquecimento do sistema e o peso extra do conjunto. Entretanto, se incluída a energia necessária para a extrair, refinar e transportar o petróleo, o consumo dos dois praticamente empata. A vantagem é que a madeira é renovável.
Apesar de poluir menos do que um carro à gasolina e utilizar uma fonte de energia renovável, não se trata de uma solução ideal. A unidade produtora de gás é muito pesada e ocupa bastante espaço, o desempenho do motor fica bastante limitado, há pelo menos 10 minutos de espera para alcançar a temperatura de funcionamento, entre outras desvantagens.
Porém, no futuro, com pesquisa e investimento, talvez esses problemas possam ser superados e o mundo passe a ver os veículos à lenha como uma opção real.

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